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Para assistir: House of Cards


Caro amigo leitor desse blog: não precisa ser um fã ou especialista para saber que House of Cards (2013- ) é uma série diferente. Não é só a primeira produção original da plataforma digital Netflix, como também redefiniu o formato de drama político já tão desgastado pela mídia americana. Além disso, alavancou o serviço de streaming mundialmente e deu abertura ao processo do surgimento de conteúdo original da empresa: Se o conceito e o roteiro são aprovados, a obra vai direto para produção sem necessidade de etapa de desenvolvimento ou adaptação ao estúdio, fazendo do conteúdo completamente original. Se séries como Orange is the New Black, Sense8, Demolidor e Narcos fizeram tanto sucesso por suas maneiras únicas de contarem história, isso também se deve ao pioneirismo do seriado.

Mas na verdade House of Cards é uma adaptação de uma mini-série britânica (e de um romance escrito por Michael Dobbs), não sendo completamente original em roteiro. O que torna a produção esteticamente ímpar é a mão de David Fincher, que nos entregou obras primas como Seven, Clube da Luta, Benjamin Button, A Rede Social e Garota Exemplar. É explícito o dedo do diretor e produtor em toda a série, recheada de refências ao seu estilo e às obras anteriores. A série também possui a direção de grandes nomes como Joel Schumacher e atrizes como Jodie Foster e a própria Robin Wright, intérprete de um dos protagonistas.

A Série

Frank Underwood (Kevin Spacey) é um congressista americano democrata da Carolina do Sul. Ambicioso, manipulador e calculista, ele almeja crescer cada vez mais e nada que entre em seu caminho o irá impedir. Junto a sua esposa, Claire (Wright), os dois articulam suas vitórias num meio de poder e corrupção, onde os fins não justificam os meios – porque para eles, justificar não é necessário.

O casal protagonista aqui brilha de maneira inegável, as vezes quase sufocando o elenco de apoio que também entrega um trabalho notável (destaque para Kate Mara como a jornalista Zoe Barnes e Corey Stoll como o deputado Peter Russo, entre outros), tamanho o peso da atuação. Além disso, apesar de tratar de um tema técnico e exigente como política, a série mostra que antes de tudo, é drama e, porque não dizer, o suspense. Até porque, é assustadora a atualidade dos temas abordados.

Destaque também para a forma como a história se desenvolve no seriado, que não separa cada temporada uma da outra em temas, casos ou inimigos. Cada ano é como um gigante episódio de uma história só, onde todos os personagens e acontecimentos anteriores surgem, desaparecem e ressurgem, aumentando cada vez mais a teia que ramifica a história como um todo. Os temas abordados não são pontuais, e acontecimentos essenciais a história não estão presos apenas aos primeiros e últimos capítulos. Estão ali, se perpetuam e continuam reverberando durante o resto da história. Além disso, essa continuidade e integridade da história aparece nos detalhes mais ínfimos: você vai ver trechos de cobertura da CNN sobre a Casa Branca fictícia e até nas notícias de TV e jornal que passam de relance existem fatores que contextualizam o universo de HoC como um todo.

Se você não viu House of Cards ainda, corra - você sabe que está atrasado para conferir uma das melhores séries já lançadas ultimamente. Não é a toa que a série já possui tantos prêmios e indicações no currículo, e crescendo. Mas ainda há tempo: você pode conferir as primeiras quatro temporadas disponíveis pelo Netflix, e a quinta temporada já está confirmada para 2017. Mas lembre-se: É uma série da Netflix, então separe seu tempo, sua pipoca e prepare-se para uma maratona. A primeira vez que Frank Underwood olha para a câmera e fala com você é o momento exato em que essa série vicia.

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